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PROTEU

Porque Não Podemos Andar Sempre a Dormir e Há Muita Coisa Ainda Para Descobrir e Ver.

PROTEU

Porque Não Podemos Andar Sempre a Dormir e Há Muita Coisa Ainda Para Descobrir e Ver.

Já Não Se Pode Ser Alarmista!

M Bento, 23.07.07

Já não se pode ser alarmista neste país.

Primeiro foi a gripe das aves. Que ia ser uma epidemia, uma pandemia, que ia morrer montes de gente, que tinha de se acumular quantidades enormes de Tamiflu (vacina). Andámos todos em pânico e … nicles! Nada de nada. Népia!

Depois foi o perigo iminente dos imensos fogos florestais no Verão. Vai daí e toca a comprar e alugar aviões enormes e helicópteros, a distribuir kits de primeira intervenção (não, não são os kits de sócio do SLB) nos incêndios florestais. E agora? Estamos em finais de Julho e… nada! Nem um incêndio que se veja. Nem uma arvorezita queimada. Nada! Nos anos anteriores, por esta altura, já tinha ardido metade do país. Cá para mim até o fogo tem medo do governo socialista.

O calor! Ah, o calor, a tão temida vaga de calor! Toda a gente previu que este seria o Verão mais quente dos últimos anos. Onde está ele? Por onde anda o calor? Onde? Na Áustria! Nesse país tropical que dá pelo nome de Áustria!

Que treta! Como é que se pode ser um típico alarmista luso nestas condições?

 
Nota: Calma gente, não me insultem ainda. Isto é ironia pura, ok? É claro que ainda bem que nada disto aconteceu. Passamos muito bem sem gripe das aves, sem incêndios e sem vagas de calor maluco.  Finalmente um Verão tranquilo. A gente agradece.

Vergonha!

M Bento, 18.07.07

«Os serviços de atendimento permanente (SAP) dos postos médicos do Seixal e de Corroios encerram hoje os seus serviços, ficando apenas um SAP a servir a população do Concelho(…). Com esta medida, o posto médico de Amora, o único que se mantém aberto em serviço permanente, irá abranger todos os habitantes do Concelho do Seixal, cerca de 165 mil pessoas.» (in Diário Digital)


Como é que ainda é possível que Correia de Campos consiga olhar-se ao espelho sem sentir vergonha e nojo da cara que lá vê?

As Políticas Sociais

M Bento, 06.07.07
O Correio da Manhã nunca primou por uma linha editorial mais sensível às questões sociais. Antes pelo contrário, de há alguns anos a esta parte que vem sendo porta voz da corrente neoliberal que vai singrando neste país.
Ora qual não foi o meu espanto ter lido, hoje, o editorial do director adjunto, Eduardo Dâmaso, em que  ele toma claramente o partido duma visão  da sociedade com preocupações claramente sociais. Antes tarde que nunca. Bem vindo seja a este lado da barricada.

«Os casos de professores que foram obrigados a trabalhar em estado de grande incapacidade física até ao fim da vida são uma verdadeira metáfora destes tempos de absoluta relativização, ou mesmo hostilização, de tudo o que possa cheirar a social.
As políticas sociais só andam na boca dos políticos em tempo de campanha. Depois, tudo o que vem, já no tempo do poleiro, é de corte radical de direitos. A Europa social só existe ao nível da proclamação de ideais, na realidade o que fica são os chavões da economia e a diabolização ideológica de tudo o que não se reconduza, com respeitinho, aos valores já muito mais que liberais.

O dito ‘social’ em matéria de políticas está fora de moda porque o próprio catálogo de soluções governativas e de organização do Estado e da sociedade em que o respeito pelas suas pessoas seja um valor elementar está cada vez mais na periferia das preocupações políticas. Só assim se entende que um médico responsável pelas juntas médicas no Estado diga sobre o caso de um professor de Filosofia, que foi obrigado a trabalhar até morrer, apesar de ter um cancro na garganta. que foi feito de forma regulamentar. Quando esta linguagem burocrática domina na política e nos serviços sobre os dramas das pessoas está tudo dito. E, no caso, só se pode mesmo acrescentar, como ironicamente fez um outro médico, que chegámos à era da morte regulamentar...
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Eduardo Dâmaso
Director Adjundo do CM