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PROTEU

Porque Não Podemos Andar Sempre a Dormir e Há Muita Coisa Ainda Para Descobrir e Ver.

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Perderam 30 000 professores!

M Bento, 06.09.05

A ministra da Educação revelou, esta terça-feira, que dos cerca de 40 mil candidatos que não foram colocados, apenas dez mil são professores. (In TSF online)

 

Esta declaração é ao estilo de um qualquer ministro do governo de Santana Lopes. A técnica é até bastante primária. Parte-se da redefinição de um novo significado de parte da realidade, para tentar passar a ideia que aquela nova nomenclatura traduz a verdadeira realidade. Um qualquer demagogo primário não faria melhor!

Qual foi então o truque deste espécime de governante? Simples. Então houve quarenta mil indivíduos candidatos a exercer a função docente que não foram colocados? Ok. Vamos então ao necessário fait divers. Destes 40 000 apenas 10 000 já exerceram a docência no ano transacto. Vamos então dizer que apenas 10 000 ficaram sem colocação. Os outros? Esses não são professores, na douta opinião ministerial. Vejamos esta pérola da retórica sofistica: «Há de facto uma quantidade que nós estimamos à volta de dez mil professores, no sentido em que já tiveram qualquer vínculo ao Ministério da Educação. Os restantes não são de facto professores»

Convém que alguém informe a senhora ministra que, qualquer cidadão que seja possuidor da habilitação profissional, prevista no Guia de Habilitações para a Docência, é, quer ela queira, quer ela não queira, tecnicamente falando um professor. Ele pode, ou não, exercer a profissão. Mas essa nem sequer é a principal questão levantada por esta peregrina declaração da Sra. Ministra. O que choca mais é ela querer, com este palavreado, fazer esquecer que, pelas suas contas, existiram 30 000 cidadãos habilitados para o ensino que concorreram e não foram colocados.