Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

PROTEU

Porque Não Podemos Andar Sempre a Dormir e Há Muita Coisa Ainda Para Descobrir e Ver.

PROTEU

Porque Não Podemos Andar Sempre a Dormir e Há Muita Coisa Ainda Para Descobrir e Ver.

Serviços Mínimos?

M Bento, 30.05.07
Nos últimos dias muito se tem discutido sobre os serviços mínimos e sobre a sua dimensão. O governo tem alegado que o nível dos serviços mínimos foram definidos por comissões de arbitragem, no âmbito do Conselho Económico e Social. Diz o governo que patrões (entre os quais ele próprio) e trabalhadores se encontram representados em parte iguais nestas comissões de arbitragem. Mas não é assim, como passarei a demonstrar.
Estas comissões são compostas por três elementos. Um presidente e dois outros elementos – um indicado pelos empregadores e outro pelos trabalhadores. Da organização interna do Conselho Económico e Social resulta que os representantes dos trabalhadores quase não conseguem intervir na escolha do membro presidente. Ora, como na maior parte dos casos acaba por ser o voto do presidente a ter o peso decisivo na definição daquilo que serão os serviços mínimos, percebe-se o esforço de concertação que patrões e governos têm tido para proceder à escolha dos membros presidentes para estas comissões. Aliás isto parece o esforço que alguns clubes de futebol costumam fazer para indicarem os membros do conselho de arbitragem quer da federação quer da liga. Isso só traz vantagens.
Vejamos alguns nomes dos senhores presidentes das comissões de arbitragem:
- Eduardo Catroga (ex ministro das finanças de Cavaco Silva);
- José Luís Nogueira de Brito;
- Jorge Carmo Silva Leite
- José Miguel Júdice (ex dirigente do PSD, actual mandatário da candidatura de António Costa);
- Luís Miguel Beleza;
- Rui Machete (membro do PSD e ex ministro de Cavaco Silva)
- Maria Teodora Cardoso;
- António Maria Bustorff de Dornelas Cysneiros.
 
São apenas alguns nomes. Alguém tem dúvidas sobre as suas fidelidades? Alguém tem dúvidas sobre a sua apetência para agradar e tomar partido daquilo que interessa aos empregadores? Acho que assim se percebe as decisões tomadas por estas comissões. Assim se percebe que tenham definidos os serviços mínimos quase ao nível do normal funcionamento dos serviços. Se isto não é cercear o direito à greve (prevista na Constituição) então não sei o que é.
Para tira dúvidas basta consultar isto.

Greve

M Bento, 30.05.07

   

 

Hoje estou em greve. 

Chegou a hora de dizer basta! Não sou carne para canhão. Não sou apenas mais um número. Recuso-me a mandar à fava séculos e séculos de evolução na dignidade humana. Não sou um candidato à escravatura nas mãos de quem detem o poder.

Hoje estou em greve.

 Estou a usar um direito que demorou séculos e custou muito sangue para o conquistar. Enquanto trabalhador estou a usar um dos poucos direitos que ainda me restam.

Sarkozi e Sócrates - Tão Parecidos Que Eles São

M Bento, 13.05.07

Não deixa de ser curioso que, nas presidenciais francesas, tenha ganho o candidato de direita com um programa liberal e conservador que em Portugal está a ser levado à prática pelo senhor (quase engenheiro) José Sócrates. Os socialistas portugueses deviam corar de vergonha até à raiz dos cabelos.

Pobres de Nós

M Bento, 06.05.07

Durante a Segunda Guerra Mundial, os prisioneiros dos campos de concentração, em particular os judeus, ao entrarem num dos campos de concentração nazi, por exemplo Auschwitz ou Dachau, eram recebidos por grande letreiro com a seguinte frase: “Arbeit macht frei”, que em bom português significa “o trabalho liberta”. Todos sabemos o que os senhores de Hitler queriam dizer com aquilo.

Ora, no último primeiro de Maio, o nosso inimitável Paulo Portas, resolveu brindar-nos com as seguintes palavras: “Nós acreditamos que o trabalho liberta”. Confusos? Não. Vindo de gente como ele, esta frase e o seu significado histórico não espanta. Está na boca certa.

Aliás, depois de ver o discurso e a posições politicas defendidas por Sarkozy, candidato presidencial francês, que parecem ser directamente decalcadas do programa e acção do governo de Vichy (governo francês colaboracionista durante a segunda guerra), já nada me espanta neste mundo.

Pobres de nós, entregues que estamos a estes bichos.

O Fim Do Caos!

M Bento, 05.05.07

A actual situação na Câmara Municipal de Lisboa, seria anedótica se não se revestisse de contornos de particular gravidade para a população de Lisboa. Durante os últimos quatro anos andaram a brincar com o erário municipal, com a qualidade de vida dos lisboetas, com fornecedores e empregados, levando aquela casa a uma situação de quase falência técnica. Quer me parecer que se a CML fosse uma qualquer empresa privada, já tinha sido pedida a sua falência nos tribunais e a consequente nomeação dum administrador judicial para tratar do resto.

Que dizer da, quase orgíaca, imoral e tresloucada invasão de assessores e adjuntos, em quantidades industriais, vindos sabe Deus de onde, sem qualquer relevância especial que não seja a de serem apenas amigos de alguém e pagos a peso de ouro?

Que dizer do caos continuado na cidade, onde não existe qualquer tipo de lógica estruturada e consistente que sustente a intervenção na gestão urbanística?

Que dizer das pouco claras relações entre a actual gestão e muitos promotores imobiliários e construtores e que levaram a justiça a ter que intervir? Basta atentar nos caos onde interveio Fontão de Carvalho e Gabriela Sara. Como se podem explicar negócios como aqueles que envolvem a Braga Parques, sem se pensar logo em polícia?

Que dizer da quase criminosa gestão da EPUL, que definitivamente não passa de uma empresa para dar trabalho aos amigos de sempre? Agora até há dirigentes com contratos vitalícios para funções de direcção.

Que dizer do verdadeiro circo em que se tornou a relação entre a CML e a GEBALIS, tornando esta numa empresa quase sem rei nem roque?

Que dizer do esgotamento dos recursos em todos os sectores da autarquia e que leva a que, muitas vezes, se recebam respostas evasivas ou negativas quando se solicita a intervenção dos serviços municipais nas estruturas físicas da educação na cidade?

Que dizer do estranho desaparecimento do dinheiro que o Estado transferiu para as contas da autarquia, depois do Verão e que se destinava a pagar as Actividades de Enriquecimento Curricular nas escolas do primeiro ciclo. Até esta data ainda não pagaram um cêntimo às empresas que colocam os professores para estas actividades.

Que dizer do atraso sistemático no pagamento de horas extraordinárias aos funcionários municipais?

Que dizer do facto dos responsáveis municipais estarem a pensar recorrer ao crédito para obterem as verbas necessárias ao pagamento dos subsídios de férias aos funcionários?

Como devem estar assustados todos aqueles amigos e amigas que neste últimos anos tomaram de assalto a casa da capital, pois os seus tachos podem estar a chegar ao fim.

Basta! Chega de brincadeiras! Se estes senhores quiserem continuara brincar, então que brinquem com o seu próprio dinheiro e não à custa dos recursos dos lisboetas.

Chegou a hora de nós, os homens e mulheres de Lisboa, tomarmos o nosso próprio destino nas nossas mãos. É chegada finalmente a nossa hora!

Uncertain Smile

M Bento, 02.05.07
Já quase me tinha esquecido deste pequena maravilha. Para quem, nos anos oitenta , ainda não andava por cá aqui fica este tema dos The The.

O Drama de Marques Mendes

M Bento, 01.05.07

«O líder social-democrata, Marques Mendes, acusou hoje o Governo de estar a matar todos os dias o Estado social em Portugal e de conseguir ultrapassar pela direita o PSD em domínios sociais.» (In: Diário Digital)

 

Ora aí está o que há muito percebi. Este governo do engenheiro Sócrates, de esquerda já não tem rigorosamente nada. Nem sequer a lógica da defesa da justiça social que sempre esteve no código genético da esquerda. A sua acção em nada se distinguira daquela que os políticos do PSD fariam se estivessem no poder por estes dias. Nisto reside a dificuldade, quase dramática, do actual líder dos sociais-democratas em conseguir fazer realmente oposição. Ele vai fazer oposição a quê? Àquilo que ele próprio e os seus pares sempre defenderam? Há que reconhecer que se trata duma missão quase impossível. Ele foi de facto ultrapassado pela direita.

Uma outra tragédia emerge deste cenário: a real inexistência de alternativa politica. Tendo em conta que o poder, cá no burgo, sempre alternou entre PS e PSD, não será difícil intuir que, mesmo com a mudança no quadro do exercício do poder governativo, tudo continuará na mesma. Tragicamente na mesma!

Para onde poderemos olhar se quisermos, mesmo, mudar de rumo? Esta é a grande questão do momento e do futuro.