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Porque Não Podemos Andar Sempre a Dormir e Há Muita Coisa Ainda Para Descobrir e Ver.
Quem lida diariamente, por motivos profissionais ou outros, com crianças certamente já se apercebeu de algumas que parecem andar perdidas, sem alguém próximo que lhes mostre onde reside a fronteira do seu comportamento e as ajude a moldar o seu carácter. Tratam-se de meninos e meninas cujos pais, pelas mais variadas razões, se revelam incapazes de exercer verdadeiramente as suas responsabilidades parentais. Já nem estou a pensar naqueles que, por razões de desorganização individual, são incapazes de cuidar das necessidades básicas dos seus filhos (alimentação, higiene e vestuário). Não, estou a pensar naquele outros que, salvaguardando essas necessidades, se revelam incapazes de educar, na verdadeira acepção desta palavra.
Educar, ser pai e mãe, dá trabalho. Não é tarefa para preguiçosos. Dizer sempre sim, mesmo quando o não se impõe é fácil. Não estar atento ao que a criança faz e encontrar sempre justificações (normalmente nos outros) para as falhas e limitações dos nossos filhos é a mais cómoda forma de paternidade e maternidade. Não conseguir perceber que o nosso filho ou filha, longe de ser um exemplar perfeito, é um ser humano em construção é meio caminho andado para o fracasso.
Estar presente, saber dizer não, ser assertivo, não justificar tudo, estimular o sentido de responsabilidade são atitudes que dão trabalho. Muito trabalho. Mas ser pai e mãe é isso mesmo: ter trabalho.
Preocupa-me a forma como crescem estas crianças que poderíamos caracterizar de órfãos com pais presentes. Os pais estão lá, mas não se comportam como tal. É como se lá não estivessem. Lamentavelmente no futuro todos, mas mesmo todos, pagaremos a pesada factura desta situação.
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