Ver... Finalmente!
Já pouco aqui resta que ainda me surpreenda. Mas...
Mas na alvorada dos dias, ainda nasce um Sol que teima em não se deixar extinguir. Podem querer tirar-nos tudo, dizer-nos que esta luz não é verdadeiramente para todos, mas a nós, comuns mortais, basta-nos a vontade dum simples gesto: abrir os olhos!
Pelo descerrar das nossas pálpebras já cansadas, a luz indomável do astro rei, responsável por toda a vida, inunda-nos a alma.
Já fartos das sombras que vagueiam no nosso curto horizonte, resta-nos esticar o olhar e ver bem para além da entrada da caverna. Lá onde bailam os deuses e onde os banquetes saciam verdadeiramente. Lá onde as mãos que se nos estendem não são feitas de garras, nem a água que nos é oferecida sabe a fel e morte.
E, caramba, é desviar a cara da parede da caverna, virar o rosto e olhar lá bem para longe... Abrir os olhos e ver! Ver... Finalmente!